Simpósios Temáticos
Programação
Para acessar o Caderno do tempo circular Elio Ferreira, com indicação de salas na UFRN, clique aqui.
Para acessar o Caderno de Resumo Espiralar Rosilda Alves Bezerra, clique aqui.
Simpósios por eixo
Eixo temático 01: Ancestralidade, memória cultural, tradição africana
SIMPÓSIO 02
TRADIÇÃO ORAL - MEMÓRIA E ANCESTRALIDADE:
ORALITURAS E CANTOPOEMAS EM ÁFRICA E NAS EXPRESSÕES CULTURAIS TRADICIONAIS EM DIÁSPORA
Resumo
Tradição Oral faz referência a um modo de ser/estar específico e diverso. Específico porque inscreve nas vidas e territórios as particularidades de cada história, de cada pessoa que na sua própria existência expande e aprofunda o movimento da oralidade no Tempo. Diverso porque, nas suas especificidades, mantém-se assentada nos seus fundamentos em toda comunidade, povos, territórios ou expressões culturais autorreconhecidas como tradicionais de matrizes africanas: Terreiros, Comunidades Quilombolas, Congadas, Reinados, Cheganças, Embaixadas, Marujadas, Cavalos Marinhos, Ternos de Moçambique, Levadas de Caboclas, Sambas de Roda, Rendas de Bilros, Sambas de Coco, Capoeiras, Umbigadas...Por ser inscrição, no corpo e na cultura, a Tradição Oral é um processo que constitui tanto a comunidade quanto a pessoa e, assim, é então a força educativa, que orienta os pilares sociais e o comportamento em comunalidade. Fundada e orientada pela Ancestralidade, do antes e de agora — a pessoa vivente é um ancestral que está sendo — a Ancestralidade torna-se também o fio condutor da educação pela oralidade, num corpus espiritual epistêmico (SILVA, 2023). A oralidade é um sistema de pensamento, um lócus epistêmico, organizador da memória – um cosmos de fundamentos e valores que indicam, enunciam e organizam as diversas comunidades, territórios e grupos, por ela constituídos num processo contínuo e espiralar coletivo-indivíduo-coletivo, que acompanha o próprio Tempo (SILVA, 2023). Por meio de Oralituras (MARTINS 1997, SEMEDO 2011) e Cantopoemas (ALMEIDA 2007), as Expressões Culturais Tradicionais Africanas e na Diáspora tecem a Tradição Oral como o imenso território intangível que se constitui a partir das várias formas de reexistência dos povos africanos em África e na Diáspora, nas literaturas que transcendem a palavra escrita e a palavra falada, inscrevendo no corpo, que é oralidade, a “Tradição Viva” (Hampaté Bâ).
Organização do Simpósio:
Daniela Barros Pontes e Silva (UniCEUB)
Saulo Pequeno Nogueira Florencio (UniCEUB)
PALAVRAS-CHAVE: Tradição Oral. Oralituras. Cantopoemas.
Indicação de salas onde ocorrerá o simpósio, na UFRN (das 14h às 16h)
Dia 23: SALA E1, SETOR 2
Dia 24: SALA E2, SETOR 2
SIMPÓSIO 03
YORUBANTU:
LITERATURA-TERREIRO, MODERNISMOS NEGROS E ÁFRICAS (YORÙBÁ, BANTU E OUTRAS)
Resumo
Este Simpósio se propõe a discutir três tópicos centrais para se pensar na contemporaneidade o campo dos estudos africanos, bem como das literaturas africanas e negra no Brasil: o legado epistemológico africano decisivo, apesar da pilhagem epistêmica, para a formação do campo dos estudos literários brasileiros, sobretudo a herança advinda dos terreiros de candomblé, da capoeira, dos quilombos, do congado e de outros territórios; os Modernismos Negros singulares modulados em produções artísticas de escritorxs, a exemplo de Lima Barreto, Carolina de Jesus, dentre outrxs, em uma perspectiva diferente da proposta da Semana de Arte de 1922; por fim, as diversas Áfricas existentes que dialogam, se chocam e se entrecruzam nas literaturas africanas, a partir das diversas matrizes ancestrais que as constituem (yorùbá, bantu e outras), mas também das clivagens interseccionais (raça, gênero, dentre outras) que também não escapam a essa produção.
Organização do simpósio:
José Henrique de Freitas Santos (UFBA)
Ana Rita Santiago (UNEB)
Jorge Augusto de Jesus Silva (UESB)
PALAVRAS-CHAVE: Literatura-terreiro. Modernismos Negros. Literaturas Africanas.
Indicação de salas onde ocorrerá o simpósio, na UFRN (das 14h às 16h)
Dias 23 e 24: SALA G2, SETOR 2
Dia 25: SALA I16, SETOR 2
SIMPÓSIO 04
ANCESTRALIDADE, COLONIALIDADE E DECOLONIALIDADE:
DESAFIOS EPISTEMOLÓGICOS E METODOLÓGICOS NA PRODUÇÃO DE SABERES E CONHECIMENTOS AFRICANOS.
Resumo
O estudo da África, tal como foi desenvolvido até hoje, por uma longa tradição intelectual colonial, faz parte de um projeto abrangente de acumulação do conhecimento iniciado e controlado pela dinâmica da colonialidade. Este simpósio temático tem como objetivo de agregar trabalhos que desenvolvam, analisam, aprimoram e esclareçam os conceitos de Ancestralidade, colonialidade, decolonialidade e seus desafios epistemológicos e metodológicos na produção de saberes e conhecimentos africanos. Esses trabalhos devem diagnosticar e proporcionar o entendimento das práticas de colonialidade e poder no processo histórico de construção de ciências sociais e humanas em África. Sugere-se que os trabalhos a serem submetidos possam desenvolver e propor reflexões que auxiliam o aprofundamento, de forma crítica, os conceitos de pensamento hegemônico, decolonialidade e pluralismo epistêmico e metodológico na concepção de gnosis/ saberes, conhecimentos científicos e acadêmicos que abordam as sociedades Africanas.
Organização do Simpósio:
Luís Tomás Domingos (UNILAB)
Carlos Subuhana (UNILAB)
PALAVRAS-CHAVE: Tradição. Modernidade. Colonialidade.
Indicação de salas onde ocorrerá o simpósio, na UFRN (das 14h às 16h)
Dia 23: SALA I3, SETOR 2
Dias 24: SALA G5, SETOR 2
Dia 25: SALA H5, SETOR 2
SIMPÓSIO 05
AMÉRICA NEGRA E A POÉTICA DE ÉLIO FERREIRA
Resumo
O pensamento e a poesia de Élio Ferreira se fundamentam na tradição negro-africana e nos modos de reafirmar existência. O menino e o homem não se intimidaram com os mecanismos de controle, as reservadas posições de subserviência e a estratificação dos lugares subalternos predominantes na sociedade brasileira. O poeta-professor trazia em seu corpo-discurso o gingado e a inquietação reflexivos para desestabilizar o pensamento eurocêntrico e excludente. Se por um lado, confirma-se a medida de seu rasgo incontido no tecido colonial o qual se reatualiza na “colonialidade do ser, do ter e do saber” (Anibal Quijano, 2005); por outro, o corpo-escrita do poeta piauiense se reconfigura numa estética destemida e disjuntiva do patrão de universalidade / colonialidade a se desdobrar em feitura de contínua resistência e reinvenção da palavra-griot vinculada a reinscrição no mundo numa dimensão de cocriação “quilombista” (Abdias Nascimento, 2002) cujo propósito incide em fazer valer ações coletivas capazes de romper com o racismo, a exclusão em todos os níveis e a apropriação de novas formas de existência das pessoas negras. A negritude se apresenta como princípio e movimento de reflexão em seus poemas. Nesse sentido, é possível identificar em sua obra literária e acadêmica uma base movente na qual ressoam ideias do panafricanista W. E. B. Du Bois, ampliadas por diálogos viscerais com expoentes do movimento de negritude como Langston Hughes, Leopold Sedar Senghor, Aimé Cesaire e uma distinta atenção à perspectiva teórica de Paul Gilroy (2012). Todavia, a reverência do poeta era aos seus mais velhos griots, às pessoas negras com quem conviveu na infância em sua cidade natal e aos seus ancestrais, à vida em comunidade. Este simpósio tem como objetivo evocar “a roda de tambores” de Élio Ferreira para pensar a poesia e a prosa de autoria negra, especialmente sua própria poética. Serão aceitos resultados de pesquisas que abordem a coletividade negra, embates, violências pelas quais negros e negras são afetados, as negações e os abusos do privilégio branco, o racismo, a ancestralidade, o epistemicídio, mas também será um espaço para refletir sobre as gingas, a palavra livre e solta, o corpo negro em revide, a literatura negra com lugar de luta, de resistência e a preservação da memória ancestral, recorrendo, de alguma maneira, a poética de Élio Ferreira, numa perspectiva decolonial que pode se desdobrar e/ou confluir com as ideias contracoloniais de outro pensador piauiense, Nêgo Bispo.
Organização do Simpósio:
Margareth Torres de Alencar Costa (UESPI)
Assunção de Maria Sousa e Silva (UESPI)
Feliciano José Bezerra Filho (UESPI)
PALAVRAS- CHAVE: América negra. Poética. Élio Ferreira.
Indicação de salas onde ocorrerá o simpósio, na UFRN (das 14h às 16h)
Dia 24: SALA I7, SETOR 2
Dia 25: SALA H10, SETOR 2
SIMPÓSIO 06
O MAR QUE SEPARA É O MESMO QUE LEVA DE VOLTA:
MEMÓRIAS QUE O TEMPO NÃO APAGA
Resumo
O século XX foi marcado por uma época de revisão histórica, de tomada de consciência dos erros do passado, mesmo que, apesar dessa tomada de consciência, o mundo continue a testemunhar guerras civis e genocídios de grupos étnicos em alguns países. A partir desse movimento de ruptura, o continente africano passou a ganhar cada vez mais voz, rompendo com o círculo vicioso da hegemonia de nações colonizadoras. Novos nomes de escritores africanos e de países que têm raízes africanas foram surgindo, revelando enredos de um passado que vinha sendo sempre posto de lado, e preservar as tradições e costumes e suas (re)adaptações (Hobsbawn, 2008) é uma forma de manter viva a memória de um povo, e encontrar no passado as suas raízes, base para a construção das identidades. Pensando nesta problemática, este simpósio acolhe trabalhos relacionados à temática da ancestralidade, memória cultural e tradições africanas, como traumas de guerras civis, diáspora, genocídios, enfim, histórias que são trazidas para ficção, para o universo literário, revelando que a arte é sempre uma via possível. Como referencial teórico serão pertinentes os autores, Stuart Hall Da diáspora (2003), Maurice Halbwachs A memória coletiva (2006), Paul Ricoeur A memória, a história, o esquecimento (2007), Fabio Leite A questão ancestral: África negra (2008), entre outros teóricos.
Organização do Simpósio:
Regina Simon da Silva (UFRN)
Rosanne Bezerra de Araújo (UFRN)
PALAVRAS-CHAVE: Ancestralidade. Memória cultural. Diáspora.
Indicação de salas onde ocorrerá o simpósio, na UFRN (das 14h às 16h)
Dia 23: AUDITÓRIO 1 DO ÁGORA
Dias 24 e 25: SALA 26 DO INSTITUTO ÁGORA